Vamos falar sobre a maior central de captura de CO2 do mundo está na Islândia já funcionando!

Apelidada de ORCA a maior central do mundo de captura de CO2 pretende absorver até quatro mil toneladas por ano. Segundo os dados da Agência Internacional de Energia, existem apenas 15 centrais capazes de fazer este processo e que são responsáveis pela captura de mais de nove mil toneladas.

A maior central que tem como objetivo capturar dióxido de carbono (CO2) diretamente do ar e redireciona-lo para o subsolo arrancou esta quarta-feira com as operações na Islândia.

A infraestrutura da startup suíca Climeworks, empresa especialista em reter CO2 na atmosfera, fez uma parceria com a empresa islandesa de armazenamento de carbono Carbfix para desenvolver uma central que tivesse a capacidade de absorver até quatro mil toneladas de CO2 por ano – o equivalente às emissões anuais de cerca de 790 carros.

Com esta central, as metas de redução de carbono a nível mundiais poderão ser altamente impulsionadas. No ano passado, as emissões globais de CO2 totalizaram 31,5 bilhões de toneladas, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).

A captura direta do ar é uma das poucas tecnologias que extraem dióxido de carbono da atmosfera e é vista pelos cientistas como vital para limitar o aquecimento global, responsabilizado por causar mais ondas de calor, incêndios florestais, inundações e aumento do nível do mar.

Até ao desenvolvimento desta tecnologia, apenas as árvores tinham a capacidade para fazer absorver C02, no entanto a atual capacidade das plantas para absorver quase um terço das emissões de carbono causadas pela atividade humana pode ser reduzida para metade nas próximas duas décadas, de acordo com um estudo publicado na revista científica “Science Advances”, em janeiro deste ano.

Segundo o comunicado divulgado no website da empresa, a Orca consiste em oito grandes recipientes semelhantes em aparência aos usados na indústria naval, que empregam filtros e ventiladores de alta tecnologia para extrair dióxido de carbono. O carbono isolado é então misturado com água e bombeado para o subsolo, onde lentamente se transformará em rocha. Ambas as tecnologias são alimentadas por energia renovável proveniente de uma central geotérmica próxima.

A captura direta de ar ainda é uma tecnologia relativamente recente e dispendiosa mas os investigadores e cientistas esperam reduzir os custos com um aumento na escala à medida que mais empresas e consumidores procuram reduzir a sua pegada de carbono. Atualmente, segundo os dados da IEA, existem apenas 15 centrais capazes de fazer este processo e que são responsáveis pela captura de mais de nove mil toneladas de CO2 por ano. Com esta nova central, esse valor poderá chegar às 13 mil toneladas.

Ambicionar integrar esta lista, está a petrolífera norte-americana Occidental que segundo a “Reuters” está a desenvolver “a maior instalação de captura direta de ar” no Texas, capaz de absorver até um milhão de toneladas de CO2 por ano.

A Climeworks, que recentemente assinou um contrato de compra de remoção de carbono a 10 anos com a seguradora Swiss Re, também oferece um serviço de subscrição, que permite aos consumidores pagar pela remoção de através de pagamentos mensais.

Silvio Carvalhal
Silvio Carvalhal

Colunista de Sustentabilidade

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