UM ARTISTA DAS TERRAS DO ARARIBOIA

ANTÔNIO PARREIRAS

Antonio Diogo da Silva Parreiras, nasceu no bairro de São Domingos em Niterói, Estado do
Rio de Janeiro em 20 de janeiro de 1860 vindo a morrer em 1937, aos 77 anos, na mesma
Cidade kie foi um renomado pintor, desenhista, ilustrador, escritor e professor brasileiro.

PERÍODO ARTÍSTICO DE ATUAÇÃO
Atuou no período do Brasil colonial e início do Século XX

TRAJETÓRIA DE VIDA
Na infância, estudou desenho com o Visconde do Canto, e em 1883, aos 23 anos
matriculou-se como livre aluno na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). No ano
seguinte abandonou a Academia para integrar-se ao grupo de alunos de Georg Grimm (1),
do qual tornou-se discípulo.

Em 1884, abandonou a Academia, acompanhando seu mestre e um grupo de discípulos passando a integrar o Grupo Grimm ao lado de Castagneto (1851-1900), Caron (1862-1892), Garcia y Vasquez (ca.1859-1912), entre outros, dedicando-se à pintura ao ar livre, marco da pintura de paisagem na arte brasileira.

Em 1885, aos 25 anos, inaugurou a primeira individual em sua própria residência, em
Niterói. Sua vida como artista profissional começou com uma série de excursões a praias e
florestas virgens de diversos estados do país, experiência que serviu de imersão para a
realização de suas pinturas, até a primeira de muitas viagens de estudos que faria à
Europa, a partir de 1888.

Nesse ano, embarcou, aos 28 anos, para a Itália em Veneza, onde
estudou na Academia de Belas Artes. Aos 29 anos retornou ao Brasil em 1889, participando
da Exposição Geral de Belas Artes de 1890, a primeira da República recém-proclamada,
obtendo medalha de ouro e prêmios de aquisição (três telas).

Aos 57 anos, em 1917, obteve a grande medalha de ouro. Nesse mesmo ano foi contratado para a cadeira de Pintura de Paisagem na Escola Nacional de Belas Artes. Medalha de ouro também na Exposição Universal de Barcelona, Espanha, em 1929.

No fim do século XIX, fundou em Niterói, sua cidade natal, a Escola do Ar Livre.
Nos primeiros anos do século XX, iniciou nova etapa de sua produção. As pinturas
históricas eram feitas por encomenda governamental. Já os nus femininos participavam e
eram premiados constantemente nos salões de arte franceses.

Antonio Parreiras foi eleito em 1925, o maior artista do país no Grande Concurso Nacional realizado entre os leitores da revista Fon-Fon (Revista Fon-Fon, 28 de março de 1925). Os segundo e terceiro lugares ficaram para Rodolfo Bernardelli e Baptista da Costa, respectivamente.

Em outras categorias, brasileiros ilustres também se destacaram: Epitácio Pessoa, maior estadista; Guiomar Novaes, maior musicista; Coelho Netto, maior escritor; e Leopoldo Froes, maior ator; dentre outros.

Em 1926, amplamente consagrado como artista, publicou seu livro autobiográfico “História
de um pintor contada por ele mesmo”, graças ao qual ingressou na Academia Fluminense
de Letras.
Faleceu em 1937, deixando vasta obra e importante legado à arte brasileira.
Em 1953, na II Bienal de São Paulo, Rodrigo M. F. de Andrade( 2) selecionou cinco obras
de sua autoria, que figuraram na mostra A Paisagem Brasileira até 1900.

PRÊMIOS RECEBIDOS

  • Medalha de Ouro (Exposição do Centenário da Independência, 1922)
  • Medalha de Honra (Exposição do Centenário da Independência, 1922)
  • Grande Medalha (Exposição do Centenário da Independência, 1922)
  • Medalha de Ouro (Exposição Universal de Barcelona, Espanha, 1929)

RECONHECIMENTO EM SUA CIDADE NATAL, NITERÓI

Em Niterói em sua homenagem existe, no bairro Boa Viagem, a rua em seu nome, Antônio
Parreiras e, esculpido em França (Paris), por Marc Robert (1875 – ?), um busto de Parreiras na praça Getúlio Vargas, no bairro Icaraí, inaugurado em 25 de janeiro de 1927 conforme noticiado pelo jornal O Fluminense. Em 1942 sua residência em Niterói foi transformada em Museu Antônio Parreiras (MAP).

MAP – MUSEU ANTÔNIO PARREIRAS

Projetado por Ramos de Azevedo (3) hoje pode ser considerada uma das mais importantes
edificações históricas e culturais do estado do Rio de Janeiro, o primeiro museu de arte do
Estado do Rio de Janeiro e o primeiro dedicado a memória de um artista o (MAP) Museu
Antônio Parreiras, fundado em 1942 é a antiga residência do pintor, casarão-atelier,
localizado à rua Tiradentes, 47, no bairro do Ingá em Niterói, RJ, dedicado à preservação da
memória e da obra de Antônio Parreiras, um dos maiores pintores brasileiros.

Acervo formado a partir da aquisição feita pelo estado, junto a sua família após seu falecimento, de um conjunto significativo de obras do próprio Parreiras e de outros artistas contemporâneos
seus. A coleção do MAP forma um expressivo panorama temático ligado à pintura de paisagem,
pintura de gênero, retratística, nus, em especial femininos, e pintura histórica. O destaque
fica por conta da poética de Antônio Parreiras, presente nas obras realizadas entre 1883 e
1937.

Este acervo inicial foi acrescido pelo acervo pertencente ao antigo Departamento de
Difusão Cultural, composto por obras premiadas nos Salões Fluminenses de Belas Artes;
pelo acervo do jornalista e historiador campista Alberto Lamego, composto por trinta e nove
obras de artistas estrangeiros, ambos incorporados ao MAP em 1951.


Além das 287 obras de Parreiras, o MAP traz, entre diversas maravilhas, trabalhos de Victor
Meirelles, Eliseu Viscondi e Georgina de Albuquerque, autora do óleo sobre tela “Canto do
Rio, 1926″.


O museu esteve fechado por um longo período desde 2012 e retornou suas atividades em
09/03/2021 com a exposição Múltiplos Olhares-Mulheres Artistas nas Coleções Funarj. Hoje
o MAP está vinculado a fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro –
Funarj. Além das visitas físicas o museu pode ser visitado através do site:
http://www.museusdoestado.rj.gov.br/map/map.htm

Silvio Carvalhal
Silvio Carvalhal

Colunista de Sustentabilidade

GALERIA
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Referências
(1)- Johann Georg Grimm, 22 de abril de 1846 — Palermo, 24 de dezembro de 1887 foi um
pintor, professor, desenhista e decorador alemão que se radicou no Brasil por uma década
até a data de sua morte
(2)- Rodrigo M. F. de Andrade, advogado, escritor e jornalista assumiu a direção do Sphan
em 1937 e durante 30 anos dedicou-se à preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. A
partir daí, a proteção dos bens patrimoniais do país passou a ser sua atividade principal.
(4)-Francisco de Paula Ramos de Azevedo (São Paulo, 8 de dezembro de 1851 — Guarujá,
1 de junho de 1928) foi um notório arquiteto brasileiro.
Fontes:
. Google Arte & Cultura
. G1
. Info Escola Navegando e Aprendendo
. MAP Museu Antônio Parreiras – Funarj – governo do Estado do Rio de Janeiro (em Niterói)
. O Globo (nota do jornalista Anselmo Goes)
. Site Catálogo das Artes
. Site Cultura Niterói
. Site Brasiliana Fotográfica
. Site Escritório de Arte.Com
. Itaú Cultural
. Wikipedia

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